sábado, 26 de abril de 2008

Por mim mesmo :

Tenho visitado muitos sites de informação sôbre consumo e tratamento quanto ao uso de drogas.
Existem muitas opiniões e processos de recuperação, mas na realidade só posso afirmar e tornar pública a minha experiência.
Todo vício começa com o namoro. É tudo muito gostoso, traz sensações de onipotência e mascara as consequências.
Tem-se a absoluta certeza de que é muito fácil deixar o uso de qualquer substância alteradora da consciência.
Continua-se com o uso, até que esporadicamente. Na realidade, o organismo está se preparando e condicionando para continuar com essas doses de prazer.
Quando se dá conta, é preciso cada vez mais de substânias tóxicas para se alcançar o que vinha acontecendo durante o "namoro".
Taí o vício!!!
Com o vínculo criado, pois a partir dêste momento já estão criadas as amizades relacionadas com o problema e essas companhias, dificilmente deixarão que o dependente se livre.
Não é fácil admitir a impotência perante qualquer que seja a adicção.
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Comecei aos 14 anos por mera curiosidade, com associações de álcool e anfetaminas.
Estudava em um colégio interno e as influências dos colegas, não eram das melhores. Aliás quanto pior éramos, mais aceitos nas rodinhas de colegas.
Tive um acidente no esporte e quebrei um tendão do joelho. Isso me aproximou muito da enfermaria, que tinha tudo que se desejaria para se alterar o organismo.
Passei oito meses com essas facilidades e experimentei vários remédios tóxicos.
Aos dezesseis, já em um colégio normal, muito próximo da "boca do lixo em SP", tive oportunidade de consumir maconha.
Daí, foi um pulinho para se aproximar de drogas pesadas (cocaína, várias anfetaminas, etc).
Aos dezoito anos, já estava completamente com o organismo dependente.
Aos vinte e cinco anos, passei a me injetar, pois já não sentia mais o "tapa".
Foi uma maratona de paradas e voltas e o consumo era cada vez maior.
Estava casado e tinha uma filha muito bonita. Minha vida com minha espôsa, não caminhava muito bem.
Com vinte e nove anos, resolví me separar e passei a conviver com outra môça.
Ela também se viciou e continuávamos a vida aos trancos e barrancos.
Resumindo, usei drogas durante mais de vinte anos. Minha última droga ilícita, foi o crak.
Foram uma série de substituições, que viriam me levar a trocar tudo pelo álcool.
Meu físico já não aguentava mais tanto abuso e fui internado muitas vezes com coma alcoólica.
Fiz também duas internações em clínicas especializadas em dependência química e no momento me encontro com uma preocupação de recuperação, para o resto de minha vida.
Consegui deixar as drogas ilícitas há mais de dez anos, mas me tornei um alcoólatra.
Estou abstênio fazem cinco meses.
Com certeza absoluta, o que me salvou foi todo o apoio que tive de minha família, amigos e os dois tratamentos que foram levados a sério.
Grato também ao meu "anjinho da guarda" que me protegeu durante todos êstes anos.
Êste foi um testemunho bem resumido de minha passagem por êste sub-mundo.
Estou sempre a disposição de qualquer esclarecimento.
Meu e-mail está aí : humbertojunior44@gmail.com e tenho um compromisso de fazer parte da luta de qualquer pessoa para se livrar do vício.
Humberto Duarte Júnior.

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