sexta-feira, 4 de abril de 2008

Morfina

Apresentação

A morfina ou morfa (como é chamada no calão) é o principal elemento activo do ópio, sendo, por isso, categorizada como um opiáceo.

Esta substância existe em forma de pó, líquido, barra ou comprimidos, podendo ser consumida por via oral, fumada ou injectada.

Os opiáceos actuam sobre receptores cerebrais específicos localizados no sistema límbico, na massa cinzenta, na espinal medula e em algumas estruturas periféricas. Tem efeitos analgésicos.



Origem

No século XIX foram isoladas várias substâncias do ópio, entre as quais a morfina em 1806. Friedrich Serturner foi o farmacêutico que extraiu a morfina na sua forma pura, à qual atribuiu este nome em honra de Morpheu, o deus grego do sono. Esta substância adquiriu grande popularidade e utilidade médica, o que levou a que já em 1823 se começassem a descrever casos de problemas relacionados com este estupefaciente.

Em meados do século XIX, a invenção da seringa hipodérmica contribui para a divulgação do uso intravenoso da morfina como analgésico. Eventos bélicos como a guerra franco-prussiana (1870-1871), durante a qual foram administradas doses elevadas de morfina a soldados para fins analgésicos, originam as primeiras epidemias devido a esta substância. Tal facto permite a Lovis Lewin sugerir o termo "morfismo" (1874) e o conceito de dependência (1879), nas suas publicações baseadas em investigações de 110 casos de "toxicodependência".

Nos fins do século XIX, a morfina era principalmente utilizada pelo pessoal de saúde, pessoas do mundo do espectáculo e mulheres da classe média alta. Devido ao seu uso abusivo, nos inícios do século XX, começa a surgir um maior controlo da morfina. Apesar do seu grande controlo, a morfina continua a ser um fármaco legal, o que permite a existência de um pequeno grupo de morfinómanos até, pelo menos, meados dos anos 70.



Efeitos

A morfina, cujos efeitos duram cerca de 4 a 6 horas, pode provocar alívio da dor e da ansiedade, diminuição do sentimento de desconfiança, euforia, flash, sensação de bem-estar, tranquilidade, letargia, sonolência, depressão, impotência, incapacidade de concentração ou embotamento mental. A nível físico pode ocorrer depressão do ciclo respiratório (causa de morte por overdose), edema pulmonar, baixa de temperatura, náuseas, vómitos, contracção da pupila, desaparecimento do reflexo da tosse, obstipação, amenorreia ou morte.


Riscos

Na mulher, pode produzir ciclos menstruais irregulares.

Tolerância e Dependência

Existe tolerância cruzada entre os agonistas opiáceos. Provoca grande dependência, tanto física como psicológica.

Síndrome de Abstinência

Podem ocorrer bocejos, febre, choro, sudação, tremores, náuseas, agitação, ansiedade, irritabilidade, insónia, hipersensibilidade à dor, dilatação das pupilas, taquicardia ou aumento da tensão arterial. Numa fase posterior podem surgir dores abdominais, toráxicas e nos membros inferiores, lombalgias, diarreia e vómitos.

Fonte: http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/drogas/ver_ficha.php?cod=morfina

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